NÃO ESPERE ATÉ ESTAR NA TEMPESTADE INESPERADA PARA SABER QUE PRECISA DE MAIS FORÇA E RESISTÊNCIA

 Por: Gouveia Malanje

RD

   A primeira viagem da história ao Polo Sul teve início em 1911, com Roald Amundsen e Robert Falcon Scott, que montaram duas equipas de aventureiros com cinco pessoas, para ver quem chegaria primeiro àquele lugar.

   A viagem começou com poucos dias de diferença. Uma viagem de 2233km, num terreno incerto e implacável, onde as temperaturas facilmente atingiam os -30°C e no verão os ventos eram muito forte. Era 1911, não existiam os meios de comunicação de hoje, para conectarem-se com a base. E, se algo corresse mal, um salvamento no Polo Sul seria algo muito pouco provável.

   Os dois líderes tinham a mesma experiência e quase eram da mesma idade(39 e 43 anos). Quando eram 15 de dezembro, com raios de sol e a temperatura a rondar os -23°C, a equipa liderada por Amundsen venceu a corrida, chegando primeiro ao Polo Sul e plantaram a bandeira da Noruega lá. Já no Polo Sul, Amundsen tentou esperar por Scott para ver se chegava, a fim de voltarem juntos a base. Mal sabia que Scott e sua equipa tinham sido engolidos pelo avanço do inverno, e morreram de exaustão e congelados pelo frio. Oito meses depois, a equipa de busca inglesa encontrou os corpos gelados de Scott e sua equipa, cobertos de neve numa tenda velha.

Amundsen obteve resultados diferentes não por terem enfrentados circunstâncias diferentes, eles enfrentaram as mesmas condições atmosféricas, 56% de dias bons e 44% de dias maus. Os resultados se diferiam porque eles tinham comportamentos muito diferentes.

   Aos 20 anos Amundsen Viajou da Noruega até a Espanha de Bicicleta para se formar, experimentou comer carne crua de golfinho, pois imaginava a possibilidade dele naufragar e se dar rodeado de golfinhos, pelo que mais valia saber se conseguiria comer um. Amundsen aprendeu o máximo com experiências práticas sobre como lidar em ambientes de frio extremo. Por isso, venceu a competição pela preparação.

   A filosofia de Amundsen é: Não espere até estar na tempestade inesperada para saber que precisa de mais força e resistência; não espere naufragar para ver se é capaz de comer golfinho; prepara-se intensamente para quando as condições virarem-se contra você, se sentir capaz de atacar a força. O mesmo vale para as finanças.

   Passando para as finanças, eu digo: não espere perder o emprego para saber que você tinha de estar investindo para ter uma vida melhor; não espere a inflação aparecer para perceber que você perde muito mais dinheiro deixando ele na poupança que capitalizá-lo  para receber juros compostos; não espere começar a trabalhar para poupar para investir. Invista insistentemente para quando o ambiente econômico virar-se contra você, poder atacar a força.